A análise de dados clínicos ou de saúde, também conhecida como Health Analytics, envolve a análise de informações a partir de conjuntos de dados gerados pelos indivíduos através da coleta de registros eletrônicos.
A área da saúde envolve um mercado muito custoso, sendo imprescindível a oferta de serviços cada vez mais eficazes, que possibilitem a redução de ineficiências operacionais. Com esse objetivo em vista e as estratégias certas, é possível proporcionar uma experiência mais satisfatória tanto para os profissionais do setor quanto para os beneficiários de planos de saúde, por exemplo.
A seguir, confira mais detalhes sobre o conceito de Health Analytics, como funciona e como pode ajudar as empresas.
O que é e como funciona o Health Analytics?
Relógios inteligentes e aplicativos voltados para a promoção da saúde e bem-estar fazem parte da nova era tecnológica, marcada por uma maior preocupação com a prevenção de doenças e monitoramento de questões como pressão arterial, frequência cardíaca, entre outros dados.
Essas informações podem ser processadas junto com anotações clínicas e exames, contribuindo com a análise de dados, associações de sintomas e correlações que por sua vez levam a ações e soluções assertivas em prol da satisfação dos usuários de um serviço de saúde. A junção disso com informações como antecedentes familiares, hábitos e histórico clínico contribuem com a obtenção de diagnósticos e ações de prevenção de doenças.
Aplicativos e demais formas de coleta de dados dos pacientes estão cada vez mais presentes no cotidiano. Essa coleta e análise são realizadas por soluções de Business Intelligence (BI), a partir do olhar minucioso de especialistas em tecnologia e saúde. Os insights a partir disso são gerados por cientistas de dados, matemáticos, analistas e profissionais especializados na área.
A expectativa de vida do brasileiro tem aumentado a cada ano, e chegou a 76,6 anos em 2019, de acordo com informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Isso mostra uma preocupação cada vez maior por parte dos brasileiros em prevenir doenças e adquirir hábitos que promovam a saúde, proporcionando um mercado interessante para o setor de Health Analytics.
A atuação proativa de empresas focadas na área da saúde pode ter efeito direto e lucrativo: com as informações certas e a execução de um bom planejamento administrativo é possível reduzir a necessidade do paciente de procurar atendimento médico com frequência. Mesmo nos casos em que um problema de saúde é identificado, há mais probabilidade de que isso aconteça em estágio inicial, evitando gastos com internações ou cirurgias.
Dessa forma, o investimento em tecnologia e análise de dados se mostra uma forma muito atrativa de reduzir custos, aumentar a qualidade de vida e melhorar a experiência dos beneficiários de serviços de saúde. A seguir, confira a importância de uma boa gestão operacional aliada à prática de Health Analytics.
Como a estratégia de Health Analytics ajuda na empresa?
Essas novas formas de aproveitar a enorme quantidade de dados de saúde gerados todos os dias se tornaram uma realidade promissora para o mercado da área da saúde. Reconhecer a importância desse tipo de ferramenta é uma demanda necessária para empresas que querem inovar e se manter à frente no setor.
Os dados coletados são uma importante matéria-prima para insights, e podem proporcionar ganhos financeiros e aperfeiçoamento dos serviços prestados. A partir deles, é possível que as empresas, corretoras e operadoras de saúde disponibilizem soluções sob medida, evitando o desperdício de recursos e oferecendo resoluções com diferencial competitivo.
Estamos testemunhando uma mudança mundial no cenário da saúde, no qual o Health Analytics se insere como um bem poderoso às instituições da medicina preventiva.
A gestão de relacionamentos de forma personalizada e em escala se tornou essencial no mundo atual. Explorar novas tecnologias como a análise de dados é parte importante desse processo. Através delas, é possível observar e gerir a jornada do paciente de forma completa, desde pontos básicos como a central de relacionamento, até o atendimento clínico em si.
É claro que essas vantagens se estendem também ao beneficiário dessas instituições, uma vez que o incentivo de manter hábitos saudáveis ajuda a reduzir consideravelmente o risco de problemas de saúde.
O foco na prevenção de doenças gera menos gastos do que o tratamento em si. É a partir daí que surge o ponto principal de interesse por parte de empresas prestadoras de saúde. Para os gestores da área, o Health Analytics contribui na forma de redução de excedentes e melhora da qualidade dos serviços ofertados. Do lado do paciente não seria diferente: como já diz a sabedoria popular, é melhor prevenir do que remediar.
Essa nova realidade faz parte de um processo de melhor compreensão da área da saúde com relação às necessidades e interesses do novo consumidor. Dessa forma, os dados adquiridos são explorados em prol da prevenção dos problemas, gerando mais ganhos e resultados mais promissores.
Como será o futuro da área?
Que o setor da saúde está mudando em todo o mundo isso já não é mais novidade. Novas tecnologias estão surgindo, promovendo melhorias, maior produtividade e novas formas de fazer dinheiro, remodelando a indústria e alinhando-a à inteligência artificial.
Em relatório feito pela empresa norte-americana Research and Markets, observa-se a previsão de que o mercado mundial de análise de dados na área da saúde deverá acumular um valor de 34,27 bilhões de dólares até o final do ano de 2022.
Uma empresa próspera se consolida em dados, informações, ciência e ferramentas de última geração. Esses conhecimentos, quando bem analisados e aplicados, podem gerar otimizações e aperfeiçoamentos operacionais, interferindo na gestão organizacional da empresa e em seus resultados finais, como, por exemplo, na diminuição de gastos.
É uma tendência mundial que o número de empresas e instituições de saúde usufruindo dessas informações e da inteligência artificial continue crescendo exponencialmente. Agir preventivamente tem se mostrado o plano mais econômico para qualquer empresa, sobretudo para aquelas do setor da saúde, no qual essa postura é uma necessidade ainda mais urgente.
Empresas especializadas em serviços de Health Analytics tendem a crescer nos últimos anos a partir da oferta de leituras de dados preditivos. Isso acontece através da combinação de métodos como o Machine Learning e Inteligência Artificial, que cruzam informações sobre riscos de saúde para determinados perfis da população. Dessa forma, as empresas podem direcionar programas de saúde ainda mais eficientes para o público em questão, levando em conta suas particularidades e preferências.
A implementação de Business Intelligence e Health Analytics na área médica visa possibilitar que instituições de saúde de qualquer porte busquem e interpretem informações armazenadas no sistema, o que pode respaldar e fundamentar decisões dentro do que faz mais sentido inserido no histórico de cada paciente.
O que o Google tem a ver com tudo isso?
Um relatório recentemente divulgado pelo The Wall Street Journal afirma que o Google vem coletando dados médicos de milhões de norte-americanos desde 2018. A iniciativa intitulada “Projeto Nightingale” visa o estabelecimento de uma base de dados no setor de serviços de saúde.
Resultados de laboratório, registros de hospitalização e diagnósticos médicos (entre outros tipos de informações) fazem parte do projeto, e equivalem a um histórico completo de saúde, incluindo nomes dos pacientes e datas de nascimento.
O software financiado pelo Google será sustentado por inteligência artificial avançada e Machine Learning, e tem o objetivo de focar em pacientes individuais para sugerir alterações em seus cuidados de saúde.
Já vimos nas últimas décadas como o Google foi capaz de revolucionar a internet. Se o mesmo se aplicar também nesse novo projeto da multinacional, podemos esperar grandes surpresas por aí.